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terça-feira, 21 de junho de 2016

Stay cool!

Citam as fontes oficiais que o Verão chegou ontem, mais precisamente ás 22h34. Também conhecido por solstício de Verão, é o momento em que o sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do Equador. Quer isto dizer que foi o dia mais longo do ano.

Outro sinal notório - e muito agradável - é que demoramos menos a chegar ao trabalho porque todas as outras pessoas estão de férias. Falo por mim, que adoro trabalhar em Agosto quando não há trânsito, em que se chega cedo e ainda se consegue ir à praia depois do trabalho. Ali mais ou menos à hora em que todos os veraneantes começam a entupir os acessos de saída da Costa.

Fora isto, resta-nos um desafio, que é o de lidar com as altas temperaturas a que vamos sendo sujeitos. Ao estilo férias no Alentejo profundo. Em que uma pessoa saia de casa de manhã para ir ao pão, e era como a travessia do deserto. Ir pela sombra, devagarinho, não se encostar aos carros.

No tempo em que se evitava ir à praia no horário de digestão das sardinhas assadas do almoço - hoje em dia o intervalo já se estende entre as 11h e as 18h, de preferência com FPS acima de 30. Até porque o look bronzeado-ameixa-enrugada já está um pouco fora. 
 Se conseguir chegar cedo à praia e arranjar um lugar à sombra para o carro, tanto melhor. Senão, prepare-se para o efeito sauna pós-praia, óptimo para suar todas aquelas caipirinhas e bolas de berlim consumidas ao longo do dia. Sim, porque aquela promessa do "vou só levar uns snacks fresquinhos tipo melancia aos cubos e cenoura aos palitos" eclipsa-se facilmente quando ouve o senhor das batatas Pála-Pála. Nada contra, ajuda a economia nacional e consome algo efectivamente, definitivamente saboroso. Pensam vocês enquanto se afundam nos assentos quentinhos e se preparam para enfrentar o trânsito de regresso a casa. Proteja o vidro da frente com aquelas palas que oferecem nos supermercados durante do verão - alternativa low cost áquelas palas XPTO que repelem raios UV, radiações gama e tempestades solar. Abra as janelas assim que chegar ao carro, e deixe arejar uns minutos antes de entrar - tempo útil para sacudir areia dos pés e terminar qualquer eventual gelado que iria acabar entranhado nos estofos. Evite ligar imediatamente o ar condicionado, deixe que o ar circule primeiro para equilibrar. 

Mantenha-se hidratada ao longo do dia bebendo líquidos amiudamente, de preferência sem açúcar - não vale a pena estragar a operação biquini. Procure igualmente consumir alimentos frescos e de baixo valor calórico. Mais ainda, se não for preciso usar forno ou fogão - mantém a casa ainda mais fresca.  Vivam as saladas e o atum em lata. Ou aqueles amigos que operam destramente o barbecue, e se sacrificam para ficar a cheirar a cigano enquanto grelham febras para o jantar.

Coloque sempre protector solar antes de sair de casa para evitar escaldões. Evite as horas de maior calor para ir à rua - a menos que seja um espaço com ar condicionado. Assegure-se igualmente que os seus animais aproveitam também o fresco, e têm sempre água para beber. 

Pode igualmente andar com um pequeno borrifador de água na bolsa para se ir refrescando. Um alternativa chique é um pequeno leque, fonte de ar renovável e em custos para o ambiente - excepto para o seu pulso, mas vale a pena o treino. Toalhetes refrescantes e um desodorizante de bolso ajudam também a mitigar aquele aspecto de "atravessei o Sahara" quando se limitou a ir a pé do metro para o escritório. 

No trabalho, podem optar por uma pequena ventoinha de secretária, que pode minorar bastante o calor emitido pelos equipamentos informáticos. Contribui igualmente para varrer a papelada toda de cima da mesa, o que só ajuda a despachar trabalho.

Em casa, nas horas de maior calor, feche as persianas, mas mantenha algumas janelas abertas para potenciar a corrente de ar. Demasiada obscuridade porém pode resultar num ou outro embate com as esquinas da porta, ou com a mesa da sala. O ar condicionado ligado a título permanente, além de carregar na factura da electricidade, também contribui para a secura do ar e consequentemente,  o aumento de alergias. Seja moderado, ou pode igualmente recorrer à boa e velha ventoinha até as coisas arrefecerem um pouco.


Bom Verão!


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Happy feet

Ao contrário de muitos cépticos, quero acreditar que o Verão chegou, e que posso finalmente arquivar as minhas galochas num sítio perdido do sotão. De preferência cheias de papel - para alguma coisa servirão todos aqueles folhetos que nos depositam na caixa do correio.

Chegou finalmente a hora de exibir as sandálias, as alpergatas (bonitas sapatas de origem catalã, antes da Paez cobrar uma exorbitância por uns sapatos de pano), os chinelos de enfiar no dedo (assim chamados antes das Havaianas fazerem um take over hostil e caro ao mercado) ou mesmo as afamadas Melissas, que em tempos só serviram para nos proteger das picadas de peixe-aranha - possivelmente pelo seu cheiro nefasto a borracha, aquilo desviava até a atenção de qualquer tubarão.

E com tudo isto vem o sofrimento de pés enfiados em sabrinas com um poderoso efeito de estufa, ou de havaianas que nos deixam os calcanhares imundos de tanto bater calçada cidade afora.

Livrem-nos as plataformas, ao menos estamos longe do chão, mas que nos acabam por deixar os pés inchados do calor. Para não mencionar aquela tendência que uma pessoa tem para enfiar os pés em todos os desníveis da calçada, o que faz que por vezes pareçamos que não sabemos andar.

Por mim, a culpa é da calçada portuguesa - nunca estraguei eu tanto salto e biqueira a tropeçar em pedras e buracos insólitos. 

E haverá sempre um casamento em pleno Junho, com sol de chapa a 40 graus, em que nos obrigam a tirar os pumps do armário e a saltitar relva afora, em que uma pessoa se afunda na relva enquanto se tenta ficar bem nas fotos.



Em todo o caso, pode de vez em quando ceder às Birkenstocks -  se até a Heidi Klum anda, então é porque faz realmente parte do mundo fashion, e não de turistas alemãs a viajar á boleia pelo Alentejo. 


Não daremos porém parte de fracas - que é como quem diz, ceder ao sapatinho ortopédico de rede, a exibir o joanete em expansão. Há que saber viver, e saber sobreviver a um dia de cada vez.

Um passo importante é usar sapatos á nossa medida - uma vez comprei uns Asics em saldo porque eram o 38 ( o meu pé delicado quase alcança o 40), e andei duas semanas a correr com eles. Aliás, correr não seria bem o termo. Saltitar de dor a cada passo seria mais adequado. 
Compre ao seu pé, e aproveite para andar por casa para os "quebrar", antes de sair á rua. Há quem também sugira calçar umas meias grossas e dar-lhes uma dose generosa de secador para os adaptar á forma do seu pé. Pode igualmente passar um pouco de vaselina nas zonas mais problemáticas, ajuda a amaciar o tecido.

Este último truque não resulta em sapatos de Primark e afins, aquilo tem tanto de couro como uma Luís Viton comprada ali na Feira de Carcavelos. Em casos como estes, se lhe estiverem apertados, vão eventualmente desfazer-se ao segundo ou terceiro dia de uso. Já me aconteceu.

Quem nunca deve aquela dorzinha lancinante nos dois dedinhos do meio, quando decide usar uns pumps giraços ou uns sexy open toe? O dia começa bem, mas pela hora de almoço já uma pessoa vai ao WC de quinze em quinze minutos só para tirar os sapatos. Ou dá por si a trabalhar descalça, rezando para não ser chamada para alguma reunião de última hora. o truque?

Um penso rápido, e conseguirá sobreviver a mais um dia de trabalho. E gira, ainda por cima.

Um conselho porém, mude para sapatos rasos quando for para casa, será alívio imediato.

O pior é quando chega a casa e tira os sapatos. Quando partilhei casa com um bando de raparigas, era obrigatório chegar a casa e atirar os sapatos para a varanda. E de imediato, saltar para o banho, para um escalda pés de chá preto, para aliviar o cansaço e eliminar bactérias. Outros truques assustadores sugerem pensos higiénicos para absorver o suor dos pés (não sei porque nunca lhes ocorreu usar palmilhas de carvão, devem até ser mais baratas) ou simplesmente usar desodorizante nos pés.

Para os pobres sapatos fedorentos, pode sempre recorrer ao ácido bórico em cristais (á venda nas farmácias), ou bicarbonato de sódio. Basta polvilhar, deixar de um dia para o outro, e estão prontos para mais um dia de estafa. 

Para amantes de Melissas, ou wannabe Melissas da Seaside. há sempre o perigo do pé começar a suar e escorregar sapato fora. E não é que alguém sugere que se use laca nos pés, para impedir que os pés escorreguem com o suor?

Se alguém já testou, que comente. Já não tenho laca em casa desde que herdei um frasco de Elnett da minha avô. Aquilo grudava de tal maneira que podia passar uma semana inteira com o cabelo no sítio.

E para aqueles All Stars do ano passado que já perderam toda a brancura da sola? Dê-lhes uma esgregadela com pasta de dentes - e vai ter uns sapatos novos num instante. Caso sejam daquele tipo de ténis que tem vida própria a fervilhar lá dentro, pode sempre tentar desinfectá-los com saquinhos de chá, ou mergulhá-los em água e vinagre. Resultados garantidos. 

De vez em quando porém, ceda a ajuda profissional. Nada como uma boa pedicure para levantar a moral de qualquer pezinho cansado. Nos intervalos, pode sempre recorrer a um bom banho de água morna e sal, ou um esfoliante de sal e óleo essencial para manter a beleza.

E assim continuaremos a conquistar o mundo, cada vez mais giras.